Economia & Energia
Ano XI-No 65
Dezembro 2007 - Janeiro 2008
ISSN 1518-2932

 

 

BUSCA

CORREIO

DADOS ECONÔMICOS

DOWNLOAD

OUTROS NÚMEROS

e&e  No 65

Apoio:


 

Página Principal

Produtividade de Capital e  Crescimento

Estoque de Capital no Brasil e Produtividade de Capital no Brasil

Concentração do Metano na Atmosfera

Custos para Termelétricas Vencedoras do Leilão de  16/10/07 e  Custos Previstos para Angra 3

Download:

bal_eec

Arquivo zipado do Balanço de Carbono gerando programa Excel com macros em Visual Basic que tem que ser ativadas para que o programa funcione

 

e&e por autor
e&e por assunto

http://ecen.com
Vínculos e&e

Veja também nosso suplemento literário

http://ecen.com/
jornalego

 

 

Editorial:

A Importância da Produtividade de

Capital para o Crescimento

A Organização Economia e Energia e o Ministério da Ciência e Tecnologia firmaram em 26/12/2005 o Termo de Parceria 00017/2005 cujo objetivo é preparar as Bases para Programa de Incremento de Produtividade de Capital. Trata-se de um tema da maior relevância para o desenvolvimento do País. O trabalho sobre o assunto publicado neste número se insere neste esforço que ainda é infinitamente modesto frente à necessidade de melhorar a eficiência no uso do recurso mais escasso para alcançar o desenvolvimento: o capital.

No trabalho citado, estima-se a produtividade do capital para o período 1947/2007 e apresenta-se a sugestão de um indicador que poderá fornecer trimestralmente uma avaliação da produtividade de capital no conjunto da economia.

Nos anos setenta e oitenta a produtividade de capital esteve em queda chegando à década de noventa com metade do valor da década de sessenta. Esta perda de produtividade do capital acabou induzindo a estagnação econômica.

A boa notícia do estudo é que, a partir de 2000, esta situação começou a ser revertida. Nos últimos quatro anos a produtividade de capital cresceu 6,6% (1,6% ao ano) e isto representa um incremento na taxa do PIB praticamente idêntico, sem investimento adicional.

Manter e incrementar esta produtividade é o desafio principal para o desenvolvimento brasileiro nos próximos anos. Uma volta à tendência anterior significaria o retorno a um crescimento de apenas 2,5% ao ano.

No Brasil, cada vez que se ouve falar em produtividade se está falando da produtividade do trabalho, que já tem seu indicador para a indústria. Um aumento da produtividade do trabalho significa uma menor necessidade de mão de obra (insumo abundante) por produto.

Modernamente os países desenvolvidos preocupam-se com a produtividade total dos fatores avaliando, para vários setores, as produtividades do trabalho e a de capital e estimando a contribuição da tecnologia.

Espera-se que a apuração sistemática da produtividade de capital no Brasil permita melhor compreender as causas de sua variação e estimule a sociedade brasileira a incrementá-la.

Para ampliar a produtividade de capital será necessário, em alguns casos, renunciar a algumas posturas mais comodistas. Não será estranho que as fábricas tenham que operar em mais turnos, que os portos e as estradas aumentem seu tempo de utilização, que talvez seja necessário recorrer com mais freqüência ao transporte de massa e, quem sabe reduzir o enorme número de feriados no Brasil. Será necessário também enfatizar o uso racional da energia e da água bem como, em geral, dos recursos naturais. A preocupação com a produtividade de capital fixará, entretanto, limites racionais nas restrições ao uso desses recursos.

Também será necessário reforçar o planejamento para antecipar e evitar os pontos de estrangulamento. Ao mesmo tempo, será necessário dar ao sistema uma flexibilidade que permita aos agentes receberem os sinais econômicos corretos para que se eleve naturalmente a produtividade de capital.

Em uma sociedade com alto índice de produtividade de capital os investimentos não podem ser excessivos e deve-se buscar a melhor utilização dos investimentos existentes.

Finalmente, deve-se mencionar o que talvez seja o ponto mais importante: a produtividade de capital busca a maior produção (Y) com o estoque de capital disponível (K). Isto pode ser feito reduzindo o denominador da fração Y/K (racionalizando investimentos) ou aumentando o numerador da mesma (tratando de agregar valor ao produto nacional através do seu conteúdo tecnológico). Depois de muito tempo em que a quantidade era a meta e que o sucesso nas exportações se media em toneladas, começa a haver uma maior preocupação do País com o valor agregado pela tecnologia ao produto. Esta preocupação já faz parte do discurso de sindicatos e federações empresariais e encontra nas políticas econômica, agrícola, industrial e de serviços medidas concretas de incentivo ao desenvolvimento tecnológico.

Permanece, entretanto, a idéia de focar o País na produção de commodities. Foi este tipo de política que levou o Brasil no chamado “milagre econômico” da década de setenta a comprometer seu parque produtivo e seu capital em produtos pouco sofisticados que demandam vasta infra-estrutura na produção (intensivos em energia, principalmente eletricidade) e no transporte (grandes quantidades em estradas e portos). Estes produtos sofreram brusca queda nas cotações internacionais na década de oitenta fazendo cair a produtividade de capital do Brasil e comprometendo seu desenvolvimento.

 

Graphic Edition/Edição Gráfica:
MAK
Editoração Eletrônic
a

Revised/Revisado:
Tuesday, 21 July 2009
.

Contador de visitas