Economia & Energia
Ano X -No 56:
Junho-Julho 2006
ISSN 1518-2932

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e&e No 56

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Textos para Discussão

Avaliação do Impacto do Incremento da Produtividade de Capital sobre o Crescimento Econômico

Nova Versão Módulo Macroeconômico do Programa projetar_e Fundamentação do Cálculo e Resultados para Cenário de Referência

Acompanhamento de Termos de Parceria e&e MCT:

1. Bases para Programa de Incremento de Produtividade de Capital

2. Consolidação do Balanço de Carbono

 

Livro:

Produtividade de Capital    

 

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Texto para Discussão:

Avaliação do Impacto de Incremento da Produtividade de
Capital sobre o Crescimento Econômico
[1]

Carlos Feu Alvim, Frida Eidelman, Olga Mafra, Omar Campos Ferreira
feu@ecen.com

A queda na produtividade de capital, como já mencionado em vários artigos na Revista e&e e em outros meios de divulgação, é identificada como causadora da estagnação das décadas perdidas e um dos maiores problemas  na retomada do crescimento. Este não é um fenômeno isolado da economia brasileira, e atinge vários países desenvolvidos e em desenvolvimento, como demonstrou recentemente uma coletânea de estudos publicados pelo Ministério da Industria e do Comércio Exterior MDIC, pelo Instituto Euvaldo Lodi e pela Confederação Nacional da Indústria - CNI.[2]

Dados de estudo em curso dentro do Termo de Parceria sobre a produtividade de capital e&e/MCT, anteriormente mencionado, revelam que alguns países têm aumentado a produtividade total dos fatores inclusive a de capital. Usando o programa projetar_e podemos avaliar o possível impacto de um incremento da produtividade de capital sobre o crescimento econômico do Brasil. Foi suposto que ao invés de seguir a tendência de fixar-se em 0,37 (mil reais de estoque de capital propiciando produto anual de R$370) este valor evolua para 0,400 (razão estoque de capital / produto limite: K/Y=2,5). O comportamento da produtividade de capital[3] seria o mostrado na Figura 1 comparado com a do cenário de referência (razão K/Y limite de 2,7).

Com esta modificação estaríamos construindo um novo cenário no qual se supõe um incremento na produtividade de capital ao longo de uma década, o que significa uma modificação importante nos resultados do crescimento projetado, como será visto na comparação entre os cenários.

Aumentar a produtividade de capital significa utilizar o parque produtivo com mais eficiência. Isto pode ser feito, por exemplo, aumentando os turnos de trabalho (ou diminuindo a duração dos turnos), eliminando estrangulamentos na produção e investindo em atividades menos intensivas em capital. A idéia é gerar mais produto e empregos a partir do mesmo estoque de capital.

Figura:1:Comparação entre as duas hipóteses de evolução da produtividade de capital. No primeiro caso é mantida a tendência de longo prazo da produtividade de capital, atingindo o valor de 0,37 em 2030; no segundo caso uma política de incentivo à produtividade de capital possibilitaria um incremento de 8% em relação à tendência atual.

A trajetória alternativa parece atingível principalmente quando se considera que o valor observado nos dois últimos anos foi de 0,38. Isto significa que o incremento adicional seria de cerca de 5% em relação a esses anos. Além disto, a produtividade de capital do Brasil é muito baixa para o estágio de desenvolvimento em que nos encontramos. De qualquer forma, seria necessária uma política efetiva no sentido de aumentar a produtividade deste insumo.

A diferença nas taxas de crescimento do PIB alcançáveis seria da ordem de 1,2% ao ano com o crescimento médio previsto passando de 4,5% para 5,7% ao ano (Figura 2). Nos próximos seis anos, o incremento da produtividade de capital poderia passar de 3,5% ao ano para 5% ao ano.

Em termos de produto per capita, a diferença seria de se chegar a 8600 US$/hab em 2026 com incremento da produtividade de capital ao invés de 6800 da tendência atual. A Tabela 1 resume os resultados da alternativa estudada. Para facilitar as comparações, não foram apurados alguns ganhos suplementares que são possíveis de obter a partir do incremento da produtividade de capital. Com efeito o passivo externo líquido em 2026 é, na primeira hipótese, de 44% do PIB; com o incremento da produtividade de capital é possível chegar, dentro das mesmas hipóteses consideradas, a um passivo externo de 30% do PIB. Se for admitido o mesmo grau de comprometimento, seria possível reduzir as remessas para o exterior e incrementar o crescimento econômico.

 

Figura 2: Comparação entre as taxas de Crescimento do PIB com e sem incremento da produtividade de capital

O ensaio sobre a repercussão de uma política de incremento da produtividade de capital no crescimento do país revelou a grande potencialidade que existe neste tipo de ação. Um incremento de 8% da produtividade de capital pode significar um produto per capita 26% superior no ano de 2026.

Tabela 1: Valores Síntese para Cenário com Incremento na Produtividade de Capital

Valores Síntese

Cenário:

 

Incremento  da
Produtividade
 de Capital

Ano
 Atual:

2006

 

Último
Ano:

2005

Variável

Unidade

2005

2006

2007

2008

2011

2016

2021

2026

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PIB

US$bi 2004

619

642

678

715

829

1062

1438

1980

Variação

% ano

 

3,8%

5,6%

5,4%

5,1%

5,1%

6,2%

6,6%

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Razão Capital/Produto

 

2,65

2,59

2,53

2,49

2,45

2,49

2,47

2,47

Investimentos

US$bi 2004

123

135

150

162

198

259

365

511

Variação

% ano

 

9,5%

11,0%

8,1%

6,9%

5,5%

7,1%

7,0%

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comércio Externo [(X+M)/2]

US$bi 2004

74

77

81

84

94

120

167

238

Exportações

US$bi 2004

91

91

93

95

102

130

178

252

Variação

% ano

 

-0,1%

1,5%

2,7%

2,4%

5,0%

6,4%

7,2%

Importações

US$bi 2004

57

62

69

74

85

109

156

223

Variação

% ano

 

10,0%

10,5%

6,9%

5,1%

5,0%

7,5%

7,3%

Balança Comercial

US$bi 2004

35

29

24

21

17

21

22

30

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bens e Serviços Não Fatores

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Exportações B&S NF

US$bi 2004

104

106

108

110

119

152

207

293

Importações B&S NF

US$bi 2004

77

84

91

97

111

142

202

286

Transferências ao Exterior

US$bi 2004

27

22

16

13

7

9

5

7

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Consumo Aparente

US$bi 2004

468

486

512

539

624

794

1067

1461

População

Milhões hab

184,2

186,8

189,3

191,9

199,3

210,7

221,1

230,7

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Consumo per capita

US$2004/hab

2543

2600

2705

2811

3131

3769

4828

6332

Variação Consumo per capita

% ano

 

2,3%

4,0%

3,9%

3,7%

3,8%

5,1%

5,6%

PIB per capita

US$2004/hab

3359

3440

3582

3725

4160

5043

6502

8580

Variação PIB per capita

% ano

 

2,4%

4,1%

4,0%

3,7%

3,9%

5,2%

5,7%

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FBCF

US$bi 2004

123

135

150

162

198

259

365

511

Poupança Interna

US$bi 2004

150

157

166

175

205

268

370

519

Transferências para o Exterior

US$bi 2004

27

22

16

13

7

9

5

7

Saldo Comercial

US$bi 2004

35

29

24

21

17

21

22

30

Serviços Não Fatores

US$bi 2004

-8

-7

-8

-8

-9

-12

-16

-22

 


[1] Este trabalho faz parte do conteúdo do Termo de Parceria No 0017/2005 da e&e com o MCT, atendendo ao item específico: Avaliação, com auxílio do programa projetar_e das perspectivas de crescimento nacional e regional e impacto da melhoria na produtividade de capital nesse crescimento.

[2] O futuro da Indústria: Produtividade de Capital/ Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Instituto Euvaldo Lodi / Núcleo Central. Brasília MDIC/STI: IEL/LC, 2005.

[3] Constante de tempo de transição, baseada em curva de Poisson, de 6 anos

 

Graphic Edition/Edição Gráfica:
MAK
Editoração Eletrônic
a

Revised/Revisado:
Monday, 05 March 2007
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